Quando o Mestre Nazareno diz que não é possível o acréscimo de um côvado (digamos milímetro) à nossa altura ou à nossa vida, faz uso de símbolos que se prestam como fixadores do pensamento hermético a ser desvendado pela busca daquilo que ele chama de verdade.
Os ensinamentos do Nazareno são vazados na linguagem simples abarcando figuras e fatos do dia-a-dia da época, o que são apenas invólucros dos constitutivos reais da sua doutrina.
Os verdadeiros objetivos compreendem a consolidação de uma ordem social fundamentada na justiça e dignificação do homem como pessoa humana. Assim como fez uso dos símbolos, figuras e fatos do diuturno de então, também e de maneira inteligente, valeu-se dos prometimentos das vantagens que os injustiçados de toda sorte teriam pela guarda e prática do que ensinava.
Inteligente, dissemos, porque soube a um tempo introduzir sua doutrina num manual de auto-disciplina que manteria aceso o idealismo pelos séculos afora.
Para que a humanidade chegue à condição predita pelo Mestre, só há um caminho, que é a evolução da sociedade.
A doutrina é, portanto, unicamente evolucitária, daí o porquê de todas as figuras, símbolos e fatos, esconderem na sua simplicidade o íntegro real a ser descoberto pela análise racional.
Assim, altura e vida simbolizam a evolução, e a impossibilidade do acréscimo, a ordem imutável e inviolável que governa o processo. Tudo na criação está submisso a uma ordem que caracteriza a seqüência dos fatos em todos os sentidos. Quer dizer que em evolução não existem meios que apressem um avanço fora da ordem.
A pretensão das religiões, seitas ou filosofias em oferecer meios para um avanço evolutivo, é conceito ilusório e prova de que não têm noção do que seja o processo evolucitário no seu realismo inconteste.
Importa esclarecer ainda, que a evolução não pode receber acréscimo de qualquer forma porque não obedece a regras aritméticas.
Não é possível somar nada, porque é uma dinâmica em desabrochar constante.
Ao desabrochar de uma flor nada pode ser acrescentado, todavia, segue o curso ordenado e ininterrupto.
Essa é a figura que permite compreender a evolução.
DO PROCESSO
O único exercício que desenvolve a inteligência é o raciocínio objetivo, ou seja, na busca da solução de questões normalmente ligadas a interesses pessoais ou de grupos.
Podemos dizer que o campo da razão é o da busca constante de processos que resultem em melhor forma de alcançar o proposto pela consciência analítica objetiva.
Por melhor forma, entendamos maior precisão, melhores resultados, enfim, em menos tempo, aplicação ou desperdício.
Por consciência analítica objetiva tenhamos apenas o resultado do processo desenvolvido pela razão.
Sempre que falarmos em evolução, devemos saber o que e quem é o evoluendo, que no caso é o mesmo homem terreno conhecido, como é e como está. O como está, é o que nele evoluiu, ou seja, a inteligência.
Para que o homem terreno evolua, faz-se imprescindível a ação de elementos exteriores formativos e constantes do habitat que o obrigue ao raciocínio para a solução.
A esta ação compulsória podemos chamar de função pedagógica, o que nos diz ser a terra uma das escolas do cômputo didático do universo.
Estabelecendo relação entre o realismo em que vive o homem e a fala do Mestre, desfaz-se a nebulosa aparente do côvado, porque tratando-se de uma desenvoltura ordenada, torna-se impossível estremecer o processo sem que se tenha contrariado a lei.
DAS LEIS
Como falamos a evolucionistas, tornam-se desnecessários preâmbulos quanto à evolução em si, daí entrarmos no assunto de forma direta.
Sabemos que no âmbito universal gravitam mundos sem conta e que cada um é regido por leis próprias e que, constituem habitats de famílias humanas.
O homem terreno face a sua condição evolutiva só pode habitar neste planeta ou em outro em condições similares.
Como são leis, por força do fato agem sem discriminação, bastando que haja condições. Assim, para as enfermidades que atingem tanto o virtuoso como o celerado, como no-lo mostra a realidade, assim também as intempéries que constituem o conjunto de fatores ambientais. A superação dos efeitos desses fatores é que obriga o homem ao uso do raciocínio na busca de meios, de que resulta o desenvolver da inteligência realizadora.
Por um processo descritivo de que o aprendiz de hoje será um mestre amanhã na imensidão do cosmos, iríamos muito longe, o que é desnecessário aqui.
O que na terra destaca-se como gênio, em planos outros é apenas um dos componentes daquela família humana.
O exercício do raciocínio é a reação constante do homem aos motivos e circunstâncias exteriores e, a cada estado evolutivo, compete uma reação condizente.
Cada habitat proporciona motivos e circunstâncias diferentes mas sempre em condizência ao estado do habitante evoluendo, no sentido biológico. Todavia, o mais evoluído encontra no habitat os motivos e circunstâncias que lhe permitem desenvolver a inteligência e usufruir em termos de conforto, das suas realizações.
Está claro no exposto que a evolução é ordenada, pessoal, intransferível, inalienável, motivo pelo qual não é possível acrescentar nada, bem como abreviá-la.
Irmão Anthero
(recebido por via mediúnica)