29 – Mediunidade

A mediunidade em si ainda está dentro de uma concepção nebulosa e, não há uma afirmativa categórica do que seja mediunidade propriamente dita. Ainda é um pouco de ousadia, pois não está definido com clareza o que seja mediunidade, isto é, o processo de trabalho mediúnico. O porquê isto acontece, ainda é desconhecido. Sabe-se apenas que há criaturas dotadas do “dom mediúnico”, umas mais, outras menos.

Sendo como é, um fenômeno natural, universal, a mediunidade sempre existiu e sempre existirá, antes e fora do Espiritismo.

Mas foi Allan Kardec quem lhe atribuiu a dignidade de um fenômeno que pode ser estudado cientificamente.

Foi utilizando-a com critério rigoroso que o professor Rivail desde 1855, estabeleceu uma forma racional, positiva, inovadora de comunicação com os espíritos, abrindo uma perspectiva inédita para o conhecimento da vida após a morte, a caminho da prova da imortalidade.

Analisando e estudando os fenômenos e, com o concurso dos espíritos, Kardec fundou o Espiritismo, uma doutrina consistente,filosoficamente aberta e progressista. A mediunidade ocupa lugar saliente, mas de modo algum exclusivo. A mediunidade não é o Espiritismo, a mediunidade é usada pelo Espiritismo, para seus fins, não implica religiosidade nem fator moral.

Para se expressar o espírito utiliza o corpo, o somético, pela energia ou magnetismo (telepatia).

Todas as manifestações denominadas de “efeitos físicos” não se enquadram na mediunidade, mas na paranormalidade. Incluem-se as materializações, levitações,etc.

A faculdade mediúnica ou possibilidade receptora, não se constitui em fator destinado tão somente a permitira a exteriorização do incorpóreo e sua conseqüente confirmação, mas existe como “via de comunicação” em suas várias nuances psíquicas, com o objetivo precípuo de colaboração nas realizações de gênero comum ao progresso entre as duas partes. Mediunidade se enquadra apenas na função de intermediária da palavra através do médium.

No intercâmbio mediúnico, um dos fatores que prevalece, é o da familiaridade do espírito com o médium (afinidade).

Quanto à vidência, esclarecemos que ela se manifesta através do centro visual ou “centro de visão” existente no cérebro. O vidente (paranormal) não vê com os olhos físicos, mas através desse “centro visual” que capta as irradiações emitidas pelas formas dos corpos, transformando-se em imagem visível a ele. Assim, há o vidente cego e que vê com os olhos fechados.

Como a vidência, há também a audiência. O paranormal recebe os impulsos magnéticos que, penetrando ao “centro auditivo”, são transformados em sons.

Mediunidade consciente é aquela em que o médium toma parte ativa na comunicação e sonambúlica, erroneamente chamada inconsciente, aquela em que o médium desconhece a mensagem. Inspirados são os médiuns que desconhecem que têm este tipo de mediunidade, são os chamados poetas, músicos, gênios, artistas. (Ex.: Einstein).

Não existe qualquer possibilidade de uma definição exata do grau mediúnico dos médiuns. A mediunidade é um processo dinâmico que foge a essa possibilidade.

Para maior entendimento, devemos estabelecer uma comparação com a evolução. Não se pode, de maneira alguma, definir a condição ou estado evolutivo de quem quer que seja, em função da dinâmica do processo que jamais estaciona. Do mesmo modo, a mediunidade.

 

FONTE DE CONSULTA: “LIVRO DOS MÉDIUNS”  – ALLAN KARDEC E OUTRAS.

Tipos mais comuns de mediunidade:

Usualmente a classificação como médiuns se aplica aos que possuem esta faculdade bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade.

A faculdade mediúnica não se revela em todos da mesma maneira, havendo, por isso, tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. As principais são: de efeitos físicos, sensitiva, auditiva ou audiente, vidente, falante (ou psicofonia), sonambúlica, curadora, escrevente ou de psicografia.

Nota do tradutor: As classificações mediúnicas são naturalmente variáveis, sofrendo a influência dos costumes e condições de épocas e países. Kardec oferece uma classificação em linhas gerais. Alguns nomes se modificaram entre nós. Os médiuns auditivos são geralmente chamados audientes, os falantes de

1 – Médiuns de efeitos físicos

Todas as manifestações denominadas de “efeitos físicos” não se enquadram na mediunidade mas na paranormalidade, através do uso do ectoplasma, que é uma substância química (fluídica) que emana do paranormal. A palavra foi criada por Charles Richet.

São particularmente aptos a produzir fenômenos materiais como os movimentos dos corpos inertes, os ruídos etc. São os que provocam efeitos materiais, como: suspensão de corpos pesados no espaço, transporte através do ar e, sobretudo, aparições materializações, levitações, etc.

Os efeitos mais simples são o da rotação de um objeto, de pancadas por meio desse objeto ou dadas interiormente na sua própria substância.

2 – Médiuns sensitivos

Pessoas suscetíveis de sentir a presença dos espíritos por uma sensação geral ou local, vaga ou material (ex: arrepios). Na sua maioria distinguem os espíritos mais evoluídos ou os menos evoluídos pela natureza da sensação que causam. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente sensitivos, de maneira que a sensibilidade é antes uma qualidade mais geral do que especial. É a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras.

3 – Médiuns audientes

São os que ouvem a voz dos espíritos os quais, podendo reproduzir ruídos e pancadas, podem naturalmente fazer ouvir gritos de toda espécie e sons vocais imitando a voz humana, ao nosso lado ou no ar.

Devemos evitar, entretanto, de tomar por vozes ocultas todos os sons de causa desconhecida ou simples zunidos do ouvido, de causa puramente fisiológica. Apenas os efeitos notoriamente inteligentes podem atestar a intervenção dos espíritos.

Assim como a vidência, é também a audiência. O paranormal recebe os impulsos magnéticos que penetrando ao “centro auditivo” são transformados em sons.

4 –  Médiuns videntes

São os médiuns dotados da faculdade de ver os espíritos. O médium vidente acredita ver pelos olhos físicos, mas na realidade é o espírito que vê e, por esta razão, tanto vêem com os olhos abertos ou fechados. Desta maneira, um cego pode ver os espíritos como os que têm visão normal.

A faculdade de ver os espíritos deve processar-se naturalmente, sem que a provoque, se não se quiser expor-se a ilusões da imaginação.

Algumas pessoas podem enganar-se de boa fé, mas outras podem  particularmente levar em conta o caráter, a moralidade e a sinceridade habituais da pessoa. Há circunstâncias que não podem deixar dúvidas, como nos casos de exata descrição de espíritos que o médium jamais teve ocasião de conhecer.

A vidência se manifesta através do “centro visual” ou “centro de visão” existente no cérebro. O vidente não vê com os olhos, mas através desse “centro visual” capta as irradiações emitidas pelas formas dos corpos, transformando-se em imagem visível a ele.

5 –  Médiuns psicofônicos

São os médiuns que falam sob influência dos espíritos que, para isto, agem sobre órgãos vocais, como agem sobre as mãos dos escreventes ou os ouvidos dos audientes. Para a comunicação o espírito se serve dos órgãos mais flexíveis que encontra no médium. A voz do médium é apenas um instrumento de

Nem sempre a passividade do médium falante é assim completa. Há os que têm intuição do que estão dizendo no momento em que pronunciam as palavras.

6 –  Médiuns sonâmbulos

Os que, em transe sonambúlico, são assistidos por outros espíritos.

O sonambulismo pode ser considerado como uma variedade da faculdade mediúnica, ou melhor, trata-se de duas ordens de fenômeno que se encontram frequentemente reunidos. O sonâmbulo age por influência do seu próprio espírito que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe além dos limites dos sentidos.

O médium, pelo contrário, serve de instrumento a outra inteligência. O que diz não é dele. Em resumo, o sonâmbulo exprime seu próprio pensamento e o médium comum pode também fazê-lo por um sonâmbulo.

7 – Médiuns curadores

Este gênero de mediunidade consiste principalmente no dom de curar por simples toque, pelo olhar ou mesmo por um gesto, sem nenhuma medicação. O fluido magnético exerce um grande papel. Entre os médiuns curadores a faculdade é espontânea e, às vezes a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo.

As pessoas dotadas de poder magnético formam uma variedade mediúnica. A força magnética pertence ao homem, mas é aumentada pela ajuda dos espíritos.

8 –  Médiuns escreventes ou psicógrafos

Os que a faculdade de escrever por si mesmos, sob influência dos espíritos.

Há uma enorme variedade de médiuns escreventes como: mecânicos, intuitivos, poliglotas, poéticos, literários, etc.

 

“ESCOLA DE MÉDIUNS”

Escola sem paredes, sem cadeiras, sem mesas, sem livros! Escola sem literatura, mas a literatura da alma no trato com seu semelhante!

Esta é a primeira lição da cartilha. Segunda lição: na compreensão da ignorância alheia. Terceira lição no exercício cotidiano de dar-se a si mesmo.

Estas três lições dão a característica do médium.