Se a razão de Deus não falar à razão do homem, todo conceito será nulo e Ele, Deus, nunca será entendido.
Para o evolucionista Deus é uma inteligência, uma razão atuante. Sendo uma inteligência, só por este ângulo deve ser entendido. Sendo o homem também uma inteligência, só no uso desta é que pode entender aquela.
Se Deus é a inteligência suprema e opera em obras pelas quais esta inteligência é definida como suprema e causa primária de todas as coisas, também o homem que se exterioriza em obras, limitadas ao concreto, pela força do fato, é uma inteligência relativa.
Sendo o módulo operativo a razão vertida do raciocínio, é lícito concluirmos também de uma razão relativa, porque a sua expressão se limita a obras, dentro do campo dos efeitos.
Sendo a suprema, ou máxima, ou absoluta, o fator da relativa, para que possa ser entendida por esta, deve expressar-se em termos cabíveis às limitações naturais do homem (relativo).
É possível que isto aconteça? Sim, e de forma clara, em consonância com épocas-evolução.
Ao abordarmos a temática evangélica no que concerne a esta maneira de pensar, encontramos citações diversificadas no verbo, mas confluentes no objetivo, que é conduzir a razão do homem à observação das coisas no que há de íntegro como valor elucidativo.
Dentre outras, destacamos a referência aos lírios do campo que, segundo o Mestre, devem ser observados com “olhos de ver”, que outra coisa não é senão raciocinar sobre o fato.
É sobremaneira interessante, darmos atenção para o argumento do Mestre que diz: “não fiam nem tecem”. Desde que isto não aconteça, mas os lírios existem, eles nos dizem sobre a existência também de uma fonte criadora e mantenedora que, de alguma forma, age sobre os lírios.
É pois, uma das manifestações do Fator Supremo, condicionada à inteligência criada e relativa, para que possa ser entendido.
Desta verdade temos o endosso de Saulo de Tarso quando diz que “tudo que de Deus o homem pode conhecer e compreender está exteriorizado nas coisas que foram criadas desde o começo do mundo”, e mais, que “só as obras fazem fé”.
A linguagem de Deus, “falada” desde o começo do mundo sempre foi constante e imutável através da manifestação nas coisas criadas. Entenda-se espécies e suas leis formativas e mantenedoras. O entendê-las e assimilá-las, todavia, é variável segundo cada época e sua cultura científica, o que constitui a evolução no que de mais lato se possa conceber.
A ciência firmada na história humana nos diz que a razão do homem vem num crescendo ininterrupto o que, em medida correspondente, permite ampliar o ângulo de raciocínio crítico e analítico, via única pela qual é possível chegar a conclusões sobre as coisas, de maneira mais coerente e profunda, cabível dentro da lógica do momento. Este pensamento firma-se naturalmente em que a lógica é sempre um fato de momento, que não raro a própria ciência sobrepuja.
Todavia, tenhamos sempre em conta que a verdade firma-se numa raiz constante, embora variável no aspecto, através do qual a razão do homem atinge a referida verdade. Assim, por exemplo, no presente já não se pode dizer que as oscilações atmosféricas, mesmo as de porte telúrico, sejam manifestações de descontentamento da divindade. Isto porque os conhecimentos atuais asseguram a origem natural dos fenômenos.
Em épocas remotas, as reações da natureza eram tidas como ira dos deuses e, em mais recentes, como castigo de Deus.
Como podemos observar, somente pela cultura científica e com lentidão dos séculos, é que o homem vai se desvencilhando das crendices auridas do misticismo gerado por mitos da imaturidade científica e racional.
São conclusões naturais vertidas dos fatos que constituem a lógica do momento. “Não se move”, era a lógica de um tempo e “se move”, a de outro. E assim como este fato, inúmeros eventos se tornaram obsoletos no tempo, face a novos conceitos e fatos.
COMPREENDER A RAZÃO DE DEUS
Razão aqui entende-se como verdade de Deus, que deve ser buscada pelo homem como uma constante evolucitária. Podemos dizer que buscamos o “espírito das verdades”, ou em palavras mais simples, o motivo das coisas. Buscar é analisar, experimentar, o que demanda dinamização da ciência em todo potencial de uma época.
Entendendo-se que o espírito das verdades é o motivo das mesmas, e que este é passível de ser conhecido através da ciência, nos conduz a que o “olhai os lírios do Campo que não fiam e nem tecem”, digamos que não se dinamizam exteriormente para “reproduzir e se manter”.
Face à extensão do argumento de Jesus que abarca no feliz oportunismo a parte moral, que constitui um item da auto-disciplina necessária como alicerce para a manutenção do idealismo, abrimos um parêntese para esclarecermos a parte científica, deixando a moral para o fim.
Trazendo a referência “não fiam e nem tecem” aos dias atuais,encontramos nas ciências inter-relacionadas a explicação, que é o processo bio-físico-químico auto-desenvolvido, que resulta no lírio.
O espírito das verdades é o motivo das mesmas, porém isto não deve ser entendido que o processo em si o constitua, mas sim as leis que o determinam, em termos de ação-reação, com precisão cronométrica e “inteligente”.
A ciência desta época diz: toda matéria é força condensada. Este esclarecimento nos leva à simplicidade do espírito das verdades que se resume ao elementar aritmético: mais átomo, menos átomo.
Como não tratamos de ciência senão como motivadora dos fatos, ficamos na base dizendo apenas: mais e menos átomos, embora saibamos sobre o diversificado componente em termos de partículas e outras propriedades.
Á medida em que a ciência avança acionando, vai de encontro a novas e extraordinárias reações que se concretizam aos olhos “de ver” do homem, o que lhe aguça a curiosidade, motivo pelo qual parte para novos avanços.
Esta sequência de buscas e realizações é que dá ao homem a noção da magnitude do fator, ou princípio, ou convencionalmente chamado Deus.
Concorde-se, pois que as verdades existem em potencial, cujo conhecimento e compreensão dependem do desempenho inteligente do próprio homem.
Se o conselho do grande Mestre é que o homem busque a verdade, pelo óbvio, deve estar dentro das possibilidades do alcance da sua inteligência e razão.
O que é a verdade para o homem? Para o homem a verdade se resume naquilo que possa, de alguma forma, ser conhecido e entendido como fato, dentro do seu campo de ação, ou seja, o das coisas, ou ainda, do concreto.
Resumindo digamos que, de acordo com a doutrina que se assenta “somente” em fatos, toda expressão que se alvore em verdade, deve ter condições de análise, resultando em prova irreversível, na época.
Embora o homem, movido pela curiosidade natural, busque as verdades por formas estranhas que se distanciam e ultrapassam a sua capacidade de dedução, querendo que verdades sejam algo que não estejam nas coisas, jamais o conseguirá devido ao seu limitado campo de reflexão, comparação e ação.
Mesmo para definir O QUE SEJA Deus, diz: “É a inteligência suprema, causa primária de TODAS AS COISAS”. Só entende como inteligência suprema porque TODAS AS COISAS o dizem. Assim, temos que mesmo a verdade máxima é encontrada nas suas obras. O espírito das coisas, portanto, está em toda a criação. Quer isto dizer que a criatura que também é uma das coisas (efeito), só pode conhecer e compreender deus em sequência gradativa no tempo, espaço, cultura e evolução.
Como para o homem só é realidade o que possa ser medido e calculado, o tempo e o espaço são conceitos convencionais utilitários, mas que de fato não existem, visto que não é possível medir o infinito nem calcular a eternidade. Ainda neste particular, o homem é limitado ao realismo que lhe faculte o operacional.
Buscar a verdade fora do realismo concreto em que vive e se instrui, é caminhar em direção oposta ao rumo certo. Só a verdade é a raiz da verdade. É a síntese que deve nortear a evolução em seu senso geral.
Toda tentativa de ultrapassar o cronológico e ordenativo ascendente que norteia a evolução, encontra a barreira do insolúvel do qual nascem os dogmas e mitos que têm raízes no suposto, requerendo crença. Uma doutrina que se assenta em fatos, não permite crença, mas oferece certeza e esta, para o homem, não extravasa o terreno das coisas.
POR QUE OLHOS DE VER E OUVIDOS DE OUVIR?
O fundo da expressão não deixa dúvidas de que a busca da verdade cabe ao homem no uso racional e inteligente e inteligente desses órgãos.
Assim, não basta a simples coleta da imagem ou do som, mas através deles ver, ouvir o compreender a razão do existir, bem como o processo da existência das coisas.
A isto é que o Mestre chama de revelação de tudo que é oculto.Tudo que ultrapasse a lei dos fato deixa de ser compreensível e, portanto, sem interesse para o homem.
Esta última citação endosso em: “a cada dia sua tribulação”, ou seja, permanecer dentro dos limites das possibilidades de dedução.
O homem pode viver um amanhã imaginário, todavia só o hoje constitui a vida em seu lato e, a partir deste raciocínio realista, é que devemos compreender a evolução.
ANSIOSA SOLICITUDE PELA “VIDA”
Dentre os argumentos contidos na explanação do Mestre sob este título,
Encontramos um que, se não for bem analisado, pode dar margem à concepção do fatalismo ou destino. Todavia, visto sob a luz evolucionista, nos elucida e de forma irreversível sobre o que já dissemos quanto ao cronológico e ordenativo da evolução: qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar “um côvado à sua altura ou ao curso de sua vida?
Devemos entender vida, no caso, como algo mais que o simples existir, pois que se fosse admitida a cronometria para o desencarne, o suicídio não existiria, ou seria inexplicável coincidência como fato, ou ainda, em extremo pré-estabelecido à revelia do autor.
Se o corpo é mais do que as vestes, e a vida mais que o alimento, temos que o corpo pode subexistir sem as vestes, sendo a vida mais que o alimento, é claro que a vida pode existir independentemente do corpo que depende do alimento. No caso, a vida é a inteligência (evolução) desabrochada como SER.
A vida é a inteligência (evolução) constituindo o homem-espírito, e obedece à cronometria ordenativa seqüente, por mais que queira, o evoluendo não acrescentará um côvado, senão por esses mesmos métodos e processos.
Cada côvado terá que ser conquistado e assimilado em decorrência da busca da verdade, cujo conhecimento e compreensão lhe faculte acesso à maior amplitude libertadora.
Quer dizer que o homem espírito só existe de fato em razão direta da sua liberdade de Ser, o que se entende como direito conquistado de livre-arbítrio, ou simplesmente evolução, naturalmente entendendo-se existir como SER VIDA. O homem tem que palmilhar o CAMINHO DA VERDADE em busca da VIDA. Portanto, não se trata de fatalismo, mas antes, do ordenativo ascendente pré- estabelecido pela legislatura de princípios.
DOS OBJETIVOS DENTRO DA ORDEM
“Se, portanto, nada podeis fazer quanto às mínimas, por que andais ansiosos pelas outras?
Evidencia-se aqui a impossibilidade de ultrapassar, desviar ou superar os pontos a serem equacionados na escala hipotética da evolução, mesmo no que se refere aos componentes do campo operacional do homem, que é o das coisas. O homem é um fundamental auto-didata sob todos os aspectos e motivos, e isto fica comprovado ao longo da história, pelos eventos auto-desenvolvidos em termos de ciência em seu sentido geral.
Este auto-didatismo estrutura-se na constante que é o porquê dos fatos. O processo, todavia, é submisso à metodologia gradativa e ordenativa no tempo, espaço e ação, para que chegue ao objetivado. São as coisas mínimas referendadas pelo Mestre em sua narrativa.
Vemos, pois, que mesmo para o conhecimento de parcela da verdade global, carece o homem de socorrer-se do valor conteúdo (motivo-espírito) das coisas. Pela própria metodologia declaram-se os objetivos do processo, que é o alcançar-se aos termos da vida.
Para que possamos entender o fato, declinemos deste axioma: vida é o que se sente e não o que se pensa sentir. Disto temos que a vida é sensibilidade trazida ao campo da RAZÃO, autenticando, dessa forma, o porquê de “onde está o vosso tesouro aí estará também o vosso coração”. SE vida é sensibilidade, deixa claro o “Eu tenho vida em mim mesmo”.
TESOURO INEXTINGUÍVEL NOS CÉUS
“Fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão e a traça não consome”, Este conselho não pode ser analisado do ponto de vista econômico, acumulado num lugar.
Se consultarmos outra passagem dos evangelhos, veremos que o Mestre disse que o céu e inferno não são lugares, mas que constituem um ESTADO DE ALMA, visto que está dentro de cada um. É deste ponto que podemos examinar o valor real do conselho.
Antes de passarmos ao que constitui o tesouro, raciocinemos sobre o céu lugar, e céu estado de alma.
Em primeiro plano tenhamos o céu lugar, exterior.
Volvendo ao realismo e examinando o proceder do homem, bem como as reações por ele vividas, motivadas pelas suas realizações, havemos de entender o efêmero e, portanto, transitório, que é a euforia sensitiva. Passados os momentos de encanto, sobrevém o que a lei de progresso determina, que é a saturação ou tédio. Este estado íntimo impulsiona o homem à busca de novas conquistas e consequentes emoções. Isto acontece com toda e qualquer motivação exterior, seja no campo econômico, cultural e mesmo o próprio status social.
A isto podemos dizer um céu instável e fictício. Se os céus se constituíssem em lugar, lógico seria que a lei eterna e imutável se faria sentir nele, depois do que deixaria de ser céu para se transformar em inferno.
CÉU INTERIOR
É de clareza meridiana que o estado de alma independe de lugar ou outra condição que não seja o próprio estado.
Céu, portanto, é a vida sensitiva pessoal, inalienável, intransferível, porque são auridos abstratos que despertam como “constitutivo” do espírito. O homem não tem e nem está nos céus, mas É esse céu. “Eu tenho “vida” em mim mesmo”. “Eu sou o céu íntimo”.
Quais os tesouros que podem ser “guardados” nesse céu? Nada mais e nada menos do que a evolução configurada no saber vertido em sabedoria, efeito do saber.
Onde não chega o ladrão? Esta expressão deve ser entendida como a impossibilidade de o saber sabedoria, consolidada em evolução, ser roubada e tirada. São valores abstratos que não são roubados nem cobiçados como algo que possa ser comercializado e,menos ainda, destruídos pela ação do tempo e outros agentes.
Esta reflexão dá margem à associação com o “Buscai antes de tudo o seu reino(de Deus) e estas coisas vos serão acrescentadas”.
O que é o reino de Deus? É o céu, e como este é íntimo no homem, e só o é quando assentado na sensibilidade digna e moralizada fluindo em satisfação, alegria, VIDA, enfim, fica entendido o reino que deve ser buscado.
O homem cansa de TER E ESTAR, mas não se cansa do que É, embora queira SER sempre mais e melhor nas aquisições abstratas, as intelectuais, em suma.
O FATO cumpre o adágio popular de que o “saber não ocupa lugar”.
PREVIDÊNCIA E PROVIDÊNCIA DO ACRÉSCIMO
Ao analisarmos as leis que regem a VIDA das coisas, concluímos que o FATOR é sobremodo diligente em previdência e providência no que concerne ao essencial, ao biológico ou vegetativo, distribuindo em termos equânimes e a sobejo.
O sol, a água, o ar em seus efeitos vivificantes são constantes, espontâneos e fartos. Ao homem cumpre apenas o aproveitamento racional da terra, quanto aos recursos que ela oferta em retribuição ao labor, gerando o progresso e o conforto material.
Quando falamos em evolução, devemos ter em conta que o que evolui é o homem, sociedade-momento na Terra. A partir desta condição, é que devemos conduzir a análise, crítica em busca de definições.
Quando Jesus diz que “as aves não semeiam nem ceifam, não têm despensa ou celeiro, todavia Deus as sustenta”, se não for analisado racionalmente, pode dar oportunidade para a interpretação anômala à razão, e efetivamente contrária ao próprio progresso.
A comparação tem fundo alegórico e complementar da narrativa condicionada à cultura da época, visto que o humano diferencia-se substancialmente a ave nas suas necessidades biológicas e sensitivas. A própria evolução do homem desde então até o presente, deixa clara a diferença.
A cada época o homem, no uso da razão. Vai ampliando o conforto que, pelo hábito, torna-se uma necessidade. À medida em que avança na conquista do sempre mais e melhor, vai dando cumprimento à lei de princípios que é, através dos meios, chegar ao fim.
Vemos, pois, que a referência às aves diz ao homem que deve usar os meios, mas não considerá-los como o objetivo alcançado.
“Não estejais ansiosos” enfoca a primasia que é dada aos méis e à exigüidade em que é considerado o fim. O homem no uso dos meios busca um fim que possa ser usufruído ainda no decurso da existência terrena. Todas as realizações humanas, mesmo as já concretizadas, constituem dinamização dos meios.
Se o homem preocupa-se com o hoje, é porque o alcance do que seja o fim na realidade não ultrapassou o curso berço-túmulo. Preocupa-se com vestes para cobrir o corpo, com alimento para manter o vegetativo, mas esquece que o objetivo do seu estar na Terra, ultrapassa o limite do corpo mortal porque estrutura-se naquilo que se chama vida, no lato do termo, ou seja vida do espírito.
Isto quando entendido à luz do princípio evolucitário, amplia o horizonte racional para além da morte do corpo, pelo que este e tudo que a ele é necessário no transcurso de uma encarnação, é de fato acessório que lhe é ofertado de maneira natural pela previdência e providência do FATOR.
Por acréscimo, todavia, não devemos entender em conceito de “MANÁ DO DESERTO”, mas os recursos de que se vale o homem para sobreviver durante o tempo da existência na Terra, os quais devem ser por ele manipulados de acordo com sua necessidade e hábitos.
Deus “veste” a erva do campo e os lírios, o faz mas não como pretende o homem. Basta a confiança, a crença no ostracismo, tudo advirá.
Dissemos que não podemos fugir da realidade ao tratarmos do homem e da sociedade, e é nesse sentido que devemos esflorar o curso evangélico.
Firmados neste conceito, vemos que tudo tem que ser realizado pelo labor diário, o que converge o raciocínio para o acréscimo que está na natureza e cujo aproveitamento constitui o compulsório que obriga o homem a pensar no como fazer.
Este é o processo cujo objetivo é (em subjetivo) a desenvoltura do raciocínio e, consequentemente, o desabrochar da inteligência.(espírito).
O homem não descobriu ainda o motivo pelo qual está na TERRA. Tem desenvolvido a ciência e os demais processos tecnológicos fundamentado no porquê (necessidade imediata) sem que inquirisse sobre o senso global do para quê da desenvoltura. É a isto que chamamos restringir o curso do existir, do berço ao túmulo. Tenhamos aqui como VIDA, e a vida do espírito.
O MATERIAL E O ESPIRITUAL
O que é Deus? Deus é a conversão da força para o fato.
Materialismo? Não, apenas modificamos a forma da expressão “inteligência”, suprema causa (conversão) de todas as coisas(fatos). Definimos Deus como força? Esta pergunta resulta em outra: Como se processa a condensação da matéria? A matéria é a força condensada.
Estamos na época das verdades, ou continuamos a endossar o conceito bipartido espírito-matéria em separado, para efeito de evolução?
Uma simples modificação de texto constrói outro sentido da mesma problemática, o que diz da fragilidade das definições de questões que ultrapassem aos bordos da inteligência do homem.
Por que tocamos neste assunto que nunca parece deslocado do abordado na parábola das solicitudes? Exatamente porque queremos distinguir espírito de matéria.
Nas solicitudes temos: “Quanto mais valeis do que a ERVA” Jesus falava a homens cuja cultura (época) não teria termos de comparação com a atual. Época não se entende como segmento fragmentário do tempo face ao inter-relativo das gerações, motivo por que a expressão é convencional, que só a largo tempo concede relativa diferença.
São inúmeros os exemplos de interpretação dos ensinamentos nos termos terra-terra, sempre em referência à pessoa homem-corpo.
Como entender então o “valeis”? Na simplicidade que seja o próprio homem, bio-constituído impressão-expressão, tendo em impressão o somático, e expressão, o que de inteligente exterioriza em palavras e atos.
Ao considerar o corpo (impressão) como um aglomerado de células, portanto matéria condensada, podemos equiparar tanto à erva como às aves, pois que de todos o destino é o mesmo, como seja: nascer, viver e morrer.
A valorização do homem mais que a erva só é aceita em termos de superfície face ao imperioso do tempo e circunstâncias do momento, visando distinguir o já racional dos demais.
O que seria então valorizado no homem senão a expressão?
Expressão é em realidade o espírito, que não será lançado ao fogo, mas é permanente e indestrutível. Para o evolucionista não há outra interpretação do enunciado.
A definição “causa primária de todas as coisas” é, além de elementar, muito frágil, como vimos, dando margem até a conceito materialista irreversível.
Única, todavia AINDA cabível ao homem semirracional a caminho da complementação racional. Vejamos: A causa primária criou o espírito?
Com relação à matéria, à medida em que avança a ciência, o homem vai descortinando leis, agentes e reagentes, condensando e descondensando a matéria, permitindo a metamorfose. Mas, e o espírito? Que lei, método ou processo, foi e é responsável pela sua existência?
De que se constitui o espírito? A razão requer FATOS, “contra os quais não há argumentos”. Como vemos, tudo que de FATO E VERDADE EXISTE, MAS PENETRA no campo dos princípios, é abstrato puro. Não é e nunca será equacionado ou explicado pela razão do homem, ou seja, a inteligência relativa.
Se o espírito é destinado à evolução, pergunta-se: Como e em que campo? Fora do material? Através de postura e procederes específicos desvinculados do gerador do progresso? O que é materialismo, pois e o que é espiritualismo?
Não seria incoerente destinar campo, ação e métodos para a evolução do espírito, sem sequer saber o que ele seja na ordem da criação?
Irmão Saulo (recebido por via mediúnica)