32 – Disciplina

A disciplina vigente em aglomerações tem mostrado de maneira indiscutível, que é um fator fundamental para se alcançar os objetivos rumo ao progresso, em todos os sentidos que se queira.

Entre a disciplina imposta e uma disciplina aceita, vai longa distancia. A disciplina imposta visa por em função um instrumental, uma aglomeração defensiva, uma organização que deve ser matemática no desempenho de determinadas obrigações no seio da sociedade.

Disciplina imposta refere-se à das aglomerações militares e outros setores que tenham obrigações definidas no seio da sociedade e deva ser executada no sentido reto, sem falha, determinada num esquema fundamentado, pormenorizado, do qual ninguém, nenhuma peça funcional pode fugir, sob pena de desarticular toda a ação de conjunto, o que é o comum, o normal.

Nessas organizações a palavra quase não existe, apenas sinais, determinações, orientações pré- estabelecidas, exercitadas. Tudo funciona no sentido matemático da disciplina imposta em função dos objetivos que se queira alcançar. Esta é a disciplina material, absolutamente necessária e que não gera desordem.

 

É muito importante que as pessoas ajam dentro das normas estabelecidas na disciplina do conjunto disciplinar de um grupo e, todos que dele fazem parte, indiscutivelmente terão que se sujeitar voluntariamente a uma disciplina.

 

Se dermos a disciplina um outro sentido, o da auto-disciplina voluntária, consciente e responsável, a pessoa que a ela se propuser e estiver entrosada com o conjunto disciplinado, além de sua colaboração perfeita, estará colhendo benefícios.

A auto-disciplina, em qualquer setor, forma o hábito e este se introduz de tal maneira que a criatura passa a agir em todos os setores, com disciplina, ordem e sensatez, o que- será também um benefício.

A auto-disciplina gera consciência dos atos, porque todo ser disciplinado vive os seus atos, não os pratica inconscientemente, mas entrosa-os perfeitamente às suas atitudes e,sem que perceba, vai adquirindo as virtudes da ordem, da calma

A auto-disciplina exige reflexão antes do ato, e essa determina a sustação de atitudes não convenientes. É ela um fator importantíssima na formação de hábitos pensados os quais levam à aquisição de virtudes superiores.

O cunho perfeito da auto-disciplina é sentirmos tudo o que fazemos, o que torna um fator, uma causa de efeitos benéficos e inumeráveis, formando assim, o hábito da disciplina, na conquista de nós mesmos e, como somos auto-disciplinados, em todo conglomerado humano,em todas sucessões, em todas as Casas de trabalho espiritual em que estamos operando, levamos nossa colaboração auto-disciplinada, sem que ninguém nos imponha.

Aprendemos a ser bons um instante, só porque conhecemos as belezas do Evangelho? Não. Seremos “anjos” maravilhosos só porque queremos ou porque damos pão aos pobres? Não.

Precisamos nos libertar, conhecer a verdade que está alicerçada nos atos conscientes, na capacidade de dizer sim e não, na maneira que coincida com a análise básica fundamentada no que convém ou não. É o que vem de encontro com os princípios da moral. Ninguém, absolutamente ninguém pode tornar-se “anjo” se não tiver a auto-disciplina, a auto-educação, no turbilhão de suas vontades, sem se deixar escravizar pelas circunstâncias, pelos desejos da anarquia, pela vaidade de não ser mandado, pelo orgulho de não querer-ser conduzido.

A humildade consciente a aceitação humilde da disciplina é uma virtude primária, fundamental.Seria uma estupidez sem tamanho a pretensão de não aceitar a disciplina do conjunto,a auto-disciplina, a auto-educação, no esforço continuo para os aios conscientes e a aquisição de -virtudes através desta atitude: querer ser humilde.

Tudo tem que iniciar do principio. Ninguém começa nada pelo meio ou pelo fim. Se passarmos a nos educar, a coibir nossas emoções fortes traduzidas no orgulho, na vaidade e na falta de humildade, sentiremos em nós mesmos seu bom funcionamento. Como podemos dizer que somos espiritualizados?

Sem a auto-disciplina, sem a consciência das coisas, poderá alguém ter a “fé raciocinada”? Esta fé não vem através da fenomenologia da comunicação, da materialização, dos efeitos físicos, das cirurgias com ou sem expressões materiais.

“Fé Racionada” é aquela que vem através da própria indução da mente, da educação mental, do pensamento claro, das deduções límpidas, ordenadas e entrelaçadas. Não vem de conjecturas porque estas são falhas dentro da matemática da razão, uma vez que, a : matemática da razão é que determina a “Fé raciocinada”?

Só se pode obter virtudes vivendo o Evangelho dentro de uma disciplina. Quem não consegue fazer uma pequenina rachadura na imensa represa da ignorância, jamais conseguirá vazão do mundo que está represado.

 

Irmão Ambrósio

(recebido por via mediúnica)