O Deus das religiões perderá a condição de Grande Credor de sua própria criatura, quando o homem, em rebeldia às “Leis” impostas por esse Deus, conseguir debelar as injustiças que crescem no meio ambiente e também, quando conseguir pela ciência erradicar todas as modalidades físicas de ressarcimentos e provas.
As leis deixarão, portanto, de ser eternas e imutáveis, para se acomodarem às regras do progresso e natural evolução da história.
A precipitação irrefletida, só aceita por mentes antiquadas no decurso do tempo, lega esses conceitos como herança para as gerações que se sucedem.
A ideia dos deuses e dos castigo tem origem na infância da humanidade, quando toda variação da natureza era tida como demonstração de desagrado de potestades a quem deveria satisfazer com toda sorte de sacrifícios para que se amainassem, fazendo tudo voltar ao normal. Assim a estiagem, a tempestade, o terremoto e demais alterações da natureza, refletiam a ira dos deuses. Uma vez a vontade dos deuses satisfeita, a tranqüilidade e a paz seriam estáveis.
Quando Moisés transportou a ideia egípcia do deus “RA”(sol) concreto, portanto, concebido por Acquenaton em sua unicidade, para Jeová,abstrato, houve necessidade absoluta de anexar atributos soberanos e obrigatórios, para que o povo se conduzisse em cega obediência.
A breve referência serve para demonstrar a irreflexão da afirmativa que Moisés foi a primeira revelação de Deus aos homens. Isto nos mostra o divórcio mental da realidade evolutiva e do acanhado conceito sobre o Fator Supremo.
É fora de dúvida que essa idéia visa acomodar a fantasia, ante a realidade apontada pelo Evangelho quando diz: “Ninguém nunca ouviu sua voz ou viu sua face”.
Quando o Mestre diz que: “Os pacificadores verão Deus face a face”, não enfoca o “ver” no sentido da simples visão, mas sim como resultado da evolução que permitirá vê-lo pelos “olhos de ver”, isto é, pela capacidade de definir em espírito e verdade na “voz silenciosa” das coisas.
Quanto a Jesus, terá um comentário à parte, pois ele nunca se projetou como segunda revelação ou disse de um seu contato com Deus, no sentido em que outros o fizeram, mas sim de meios que só pelo intelectual evolutivo pode ser esclarecido.
Por esta análise, não endossamos o Deus das religiões, bem como os atributos negativos humanos que lhe concebem os ossificados no neo-catolicismo.
Digamos, de forma bem clara que o Fator Supremo não necessita de intermediários que o secundem, sob qualquer aspecto, para levar sua Criação no decurso do “sem tempo nem espaço”, ao pré-estabelecido, à qual ninguém acrescentará um côvado, embora avulte esse desejo através das opiniões do homem, resultante das suas definições infantis.
A evolução tem seu lastro no progresso materialista auto-desenvolvido na Terra e se consolida dentro das coordenadas e cronogramas inteligentemente esquematizados pelo Supremo Arquiteto, imune e indiferente aos conceitos convencionais do homem em qualquer tempo, lugar e época.
A própria razão nos diz que uma tese, teoria ou propositura que seja vulnerável num só e único ponto, de per si destrói-se.
Advogar a continuidade da tese falida, nos leva a deduzir da imaturidade mental, cujos motivos podem ser desde o analfabetismo até a cegueira da vaidade e da beatice humana, e também em função da moral e consciência de cada um.
DEUS E A BONDADE INFINITA
O que devemos entender por bondade infinita?
Bondade infinita é aquela que não tem fim e, por conseqüência, não sofre quebra de continuidade. Desde que o homem sofra, está quebrada a continuidade. Esta é a aparência, porém a realidade evolutiva é outra.
Ao procurarmos um esclarecimento, devemos nos ater o mais possível dentro da realidade da razão que nos é própria, a única que nos leva ao objetivo. Tudo que ultrapassar isto, terá solução convencional.
Antes de entrarmos no âmago da questão, cumpre verificar a seriedade da própria Criação, em que nada se processa por mero diletantismo do Fator Supremo. Mesmo que aparentemente tenhamos a idéia de diletantismo, tudo desempenha um papel utilitário e benéfico que a ciência vem comprovando no tempo.
Disto conclui-se, portanto, que o Fator Supremo imprime em sua obra somente as características benéficas em termos de previdência e providência, como se requer de uma Inteligência Suprema.
Todavia, é de bom alvitre observar-se que todos os eventos naturais climáticos ou convulsivos geo-planetários, envolvem indistintamente o todo. Assim, no terremoto, cai a “casa do criminoso” e também a “casa de Deus”. Atinge o bom e o mau.
Isto já nos dá a idéia da generalidade atuante, o que apaga qualquer protecionismo seletivista.
Dizer do porquê do fato em seu determinismo superior, escapa à razão do homem, ficando a explicação apenas nos limites das leis que o determinam.
Entenda-se que não podemos explicar os objetivos do Fator Supremo em dinamizar essas leis, no presente. Mas, como a evolução é eterna, chegará o dia em que a criatura sentirá nisso uma razão imperativa, por ser benéfica de alguma forma.
Dissemos linhas atrás que, “ao procurarmos um esclarecimento, devemos nos ater o mais possível dentro da realidade da razão que nos é própria”, e acrescentamos: no momento, porque “tudo que está oculto será revelado” pela evolução, dentro dos parâmetros científicos.
Está claro que tais fenômenos, para o entendimento atual, não têm razão de ser, visto não apresentar nada de útil e benéfico ao homem. O que esses fenômenos apresentam é prejudicial porque são destrutivos e martirizantes.
Nada na criação, é negativo e, admitir tais fenômenos climáticos neste conceito, é negar a supremacia da Inteligência Absoluta.
Falamos a evolucionistas….
No dia que o homem entender o lado positivo destes fenômenos, os incluirá no rol do entendimento do porquê da chuva, do sol, do ar, em sua função intercooperativa, a metamorfose e manutenção de toda a Criação.
O negativo hoje, oculta o positivo do amanhã.
“Meu pai trabalha até agora”, trabalha nos imprime a idéia de construtivo realizador, positivo, portanto.
Para valorizar isso face a seriedade da Criação, devemos nos estender mentalmente ao Criador em sua “perspectiva grandeza infinita”, aliada ao propósito trabalha, legítimo e claro.
Tendo nos terremotos e outros acontecimentos a verdade de sentido generalizado atuante, entendemos que acima do transitório e particular, está a conclusão da obra em si nos seus imperativos de manutenção, no tempo e no espaço.
Isto nivela o homem a tudo que foi criado e mesmo atingido nos interesses imediatos e físicos, não há prejuízo no processo evolutivo do espírito como essência.
Esses acontecimentos (terremotos,etc.) não trazem a idéia de vingança ou castigo dos deuses, conforme se acreditava no passado. Hoje o homem sabe que tais fenômenos são reações naturais das leis cósmicas e que se desenvolvem em todos os planetas, variando em características e resultados.
Neste plano de função geral em que as leis se conduzem, entram todos os demais efeitos das leis que regem a vida na Terra, sendo que as enfermidades, como também os efeitos climatéricos, atingem indistintamente tanto o religioso como o ateu.
Entendemos assim que matéria é matéria, espírito é espírito e, como matéria estável no plano, sofre os efeitos de leis normais que regem o todo de igual teor.
Se concebermos nos efeitos cósmicos naturais, algo de útil face a seriedade da Criação, já com as enfermidades, temos elementos de dedução do útil de imediato, desde que analisemos o sentido de atuação dos efeitos gerais.
(recebido por via mediúnica)